Conheça o mapa do engajamento na EAD

Manter um engajamento elevado quando se trata de educação corporativa virtual é uma das grandes dificuldades das organizações. Não raro, empresas implementam programas de treinamento e, ao aferirem os resultados, descobrem que menos da metade dos colaboradores que participaram do curso conseguiram concluir a capacitação.

Ao mesmo tempo em que atrai cada vez mais as pessoas, pelas enormes vantagens que oferece – flexibilidade de local e horário para estudar, tempo para rever conteúdos, respeito ao ritmo de cada aluno, entre outras –, a educação a distância (EAD) traz desafios. Um deles é justamente a alta taxa de evasão.

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Cenário é favorável à EAD

Uma pesquisa realizada em 2017 pelo professor americano Lloyd Rieber, considerando diferentes cenários, mostrou que somente entre 5% e 50% das pessoas que iniciam um treinamento on-line conseguem terminá-lo com sucesso.

Se por um lado esse índice é preocupante para as organizações em geral – que desperdiçam tempo e dinheiro e não conseguem realizar suas metas de qualificação – por outro ele representa um enorme potencial.

O contexto em que vivemos nunca foi tão favorável à oferta de cursos na modalidade a distância. O aumento expressivo de pessoas trabalhando no sistema de home office – estimulado (também) pela pandemia, é verdade, mas não apenas por ela – fez crescer a demanda pela EAD.

A título de exemplo, o último censo da Associação Brasileira de Educação a Distância contabilizou, apenas em cursos on-line corporativos, mais de 3 milhões de alunos – o que revela o potencial da EAD para atender, principalmente, às demandas das empresas por formação continuada de seus colaboradores.

E é por todo esse potencial que estudos especializados vêm sendo feitos para tentar descobrir uma forma de melhorar a performance da EAD, em especial nos treinamentos empresariais. A grande pergunta que direciona essas pesquisas é: que fatores contribuem para o engajamento em treinamentos, especialmente em educação a distância?

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Mais de 90% de engajamento em educação corporativa

Uma das empresas que conseguiu responder a essa questão é a Viddia, especializada em educação corporativa on-line. Numa pesquisa inédita focada em descobrir os fatores que influenciavam na motivação e no engajamento de alunos em EAD, a diretora da empresa, Fabiana Bigão, construiu um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) com mais de 15 mecânicas de gamificação – como medalhas, moedas, barras de progresso e painéis de liderança.

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A partir desse ambiente, foi conduzido um estudo com pessoas de diferentes perfis de idade, área de atuação e formação para analisar o comportamento e as emoções dos participantes que interagiram com a plataforma. 

A pesquisa mostrou que a maioria das emoções relacionadas ao uso da plataforma gamificada eram positivas, comprovando a estreita relação entre gamificação e motivação para a experiência do aprendizado. Além disso, 100% dos participantes que iniciaram o curso o finalizaram com sucesso.

Com o estudo, a Viddia concluiu que o engajamento na EAD é definido por quatro fatores principais: a motivação intrínseca, a motivação extrínseca, a habilidade e a disponibilidade. 

Essa foi a base para criação da metodologia MEGIE da empresa, que une técnicas de design instrucional com técnicas gamificadas para criar conteúdo. Graças a essa inovação, a Viddia tem conseguido manter o engajamento acima de 90% em todos os treinamentos empresariais que realiza.

Assim, para que uma empresa tenha sucesso nas estratégias de educação corporativa, qualquer programa de treinamento que ela implementar deve, de preferência, orientar-se por esses fatores.

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O mapa de engajamento do EAD

O mapa mental a seguir resume os quatro fatores que contribuem para o engajamento na EAD e as principais mecânicas de gamificação associadas a esses fatores.

1. Motivação intrínseca

Antes de falar sobre motivação intrínseca, é preciso perguntar: o que se entende por engajamento? Engajamento diz respeito a ação. É um ato voluntário que se realiza para alcançar um objetivo. E a motivação? A motivação está ligada à intenção de agir.

Portanto, não existe engajamento sem motivação. Para fazer qualquer coisa, um curso, uma viagem, uma mudança de trabalho, as pessoas precisam se sentir motivadas.

Assim, se alguém realmente quer e tem vontade de fazer algo, mesmo sem receber benefícios tangíveis para isso, essa pessoa possui motivação intrínseca. Logo, motivação intrínseca significa o desejo de executar uma atividade por satisfação pessoal, e não por alguma consequência externa​​.

Num treinamento do tipo EAD, as mecânicas de gamificação que mais promovem a motivação intrínseca são aquelas que estimulam as necessidades básicas dos seres humanos, relacionadas à autonomia, à competência e ao pertencimento. Ou seja, oferecer recompensas e feedbacks ao longo de um treinamento ativa o sentimento de competência dos participantes, levando-os a se interessar pelas atividades.

Além disso, estratégias devem ser pensadas para que as pessoas sintam que seu comportamento é autodeterminado e que existe uma aproximação entre elas e o professor, bem como entre elas e o conteúdo.

No estudo da Viddia, além da metodologia, os fóruns contribuíram para aproximar os alunos; a barra de progresso e as avaliações com feedback imediato foram eficazes para dar sentido de competência; e a liberdade de assistir aos conteúdos na ordem que desejassem foi uma característica importante para estimular o senso de autonomia.

 2. Motivação extrínseca

Ao contrário da motivação intrínseca, a motivação extrínseca é aquela que leva uma pessoa a agir por necessidade. Ela tem como ponto de partida o desejo do indivíduo de obter uma recompensa externa, como reconhecimento social e bens materiais, por exemplo.

No caso do treinamento corporativo, medalhas, moedas, participação de grupos exclusivos e certificados com distinção são bons estímulos ao engajamento dos colaboradores.

3. Habilidade

Uma pessoa se engaja no exercício de qualquer atividade se ela sente que possui habilidade para realizar essa atividade. Você já percebeu que, em geral, desistimos mais facilmente de qualquer coisa quando pensamos que é difícil demais para nossa capacidade?

O mesmo acontece nos jogos. Quando estamos jogando algo que consideramos muito difícil, abandonamos mais facilmente. Se sentimos que estamos sendo desafiados dentro dos limites das nossas capacidades, temos incentivo para continuar a tentar subir os níveis e chegar ao final.

No caso do engajamento na EAD, o aluno sente que consegue seguir em frente, sem abandonar o curso, quando percebe que os desafios apresentados a ele são compatíveis com o que ele é capaz de superar.

Por isso, as mecânicas que contribuem para o engajamento pela habilidade estão associadas a feedbacks imediatos aos alunos, de forma que eles possam identificar seus erros e ter uma segunda chance de realizar seus desafios. Além disso, os treinamentos devem adaptar os desafios ao nível de cada estudante.

4. Disponibilidade

Não adianta ter motivação e habilidade para realizar uma tarefa se não houver disponibilidade. Este é, portanto, o quarto fator de sucesso para o engajamento. Na EAD, é possível oferecer disponibilidade ao aluno de diversas formas.

Aulas sob demanda, em que ele assiste quando quiser e no ritmo que desejar, por meio de uma plataforma compatível com todos os dispositivos móveis, e vídeos que se adaptam à qualidade de conexão de internet de cada estudante são alguns exemplos.

Conclusões

Em resumo, muitas plataformas EAD que usam gamificação apresentam pontos, medalhas e rankings para promover motivação e engajamento. Porém, usar apenas essas mecânicas não ajuda as pessoas a terem um senso real de comprometimento e motivação intrínseca capaz de mudar seu comportamento e permitir o engajamento de longo prazo.

Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) devem ser projetados cuidadosamente para que os investimentos em treinamento tragam resultados e não sejam vistos apenas como custos.

Abaixo mostramos o mapa completo do engajamento na EAD, com os recursos que mais contribuem para motivação, disponibilidade e senso de competência.

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Referência: SILVA, Fabiana Bigão. Implicações da Gamificação no projeto de plataforma de educação on-line: um estudo de caso. Escola de Ciência da Informação. UFMG. Tese. 2018.